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domingo, janeiro 23, 2011

LADY GAGA

Data de Nascimento: 28 de Março de 1986
Local de Nascimento: Yonkers, Nova Iorque
Nome Verdadeiro: Stefani Joanne Angelina Germanotta
País de Origem: EUA

       O nome Stefani Joanne Angelina Germanotta pouco dirá para os menos atentos mas se lhe pusermos uns óculos futuristas, uma cabeleira loira, uns calções curtos e um hit chamado 'Poker Face', talvez já nos venha à ideia o fenómeno Lady Gaga.

       Antes de começar a cantar as suas próprias músicas, Lady Gaga já ganhava a vida a escrever sucessos para nomes já consagrados, como por exemplo Britney Spears e Akon, que a ajudou a dar o salto a solo ao recrutá-la para a sua editora, a Kon Live Distribution, depois de um contrato falhado com a Def Jam, de Jay-Z. Pouco tempo depois, Lady Gaga arrasava as tabelas de singles com 'Just Dance' e as televisões com um look entre Gwen Stefani e Christina Aguilera, versão pin up. Nada mau para uma rapariga que trocou um colégio de freiras por uma escola de artes aos 17 anos, referindo como influências Madonna, David Bowie e Freddie Mercury (dos Queen, a quem foi buscar o Gaga de 'Radio Ga-Ga').

       O disco de estreia, "The Fame", chega às lojas americanas em Setembro de 2008, com o seu synthpop à 80's a ter boa recepção na crítica e no público. No final do ano é tempo de chegar o segundo single 'Poker Face'. Por esta altura, Lady Gaga tem 22 anos e um futuro sorridente à sua frente. O álbum é pretexto para a sua primeira digressão como cabeça-de-cartaz, a Fame Ball Tour. Seguem-se os singles 'Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)', ' LoveGame' e 'Paparazzi'.

       Como a maioria das suas companheiras de geração pop, Lady GaGa não tem papas na língua no que toca às suas opções de vida. Depois de confessar que se sentiu obrigada a pintar o cabelo de loiro porque o moreno original fazia com que estivesse sempre a ser confundida com a bad girl britânica Amy Winehouse, a cantora de 23 anos revelou que é bissexual e que se sente sempre fascinada por mulheres. A artista foi ainda mais longe ao explicar que a letra de 'Poker Face' fala sobre como manter uma cara neutra enquanto se está a fantasiar com uma mulher ao fazer amor com um homem.
       Antes de começar a cantar as suas próprias músicas, Lady Gaga já ganhava a vida a escrever sucessos para nomes já consagrados, como por exemplo Britney Spears e Akon, que a ajudou a dar o salto a solo ao recrutá-la para a sua editora, a Kon Live Distribution, depois de um contrato falhado com a Def Jam, de Jay-Z. Pouco tempo depois, Lady Gaga arrasava as tabelas de singles com 'Just Dance' e as televisões com um look entre Gwen Stefani e Christina Aguilera, versão pin up. Nada mau para uma rapariga que trocou um colégio de freiras por uma escola de artes aos 17 anos, referindo como influências Madonna, David Bowie e Freddie Mercury (dos Queen, a quem foi buscar o Gaga de 'Radio Ga-Ga').

       O disco de estreia, "The Fame", chega às lojas americanas em Setembro de 2008, com o seu synthpop à 80's a ter boa recepção na crítica e no público. No final do ano é tempo de chegar o segundo single 'Poker Face'. Por esta altura, Lady Gaga tem 22 anos e um futuro sorridente à sua frente. O álbum é pretexto para a sua primeira digressão como cabeça-de-cartaz, a Fame Ball Tour. Seguem-se os singles 'Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)', ' LoveGame' e 'Paparazzi'.
       Quando a Monster Ball Tour de Lady Gaga chegou ao Pavilhão Atlântico, em Lisboa, a viagem já contara mais de um ano de estrada, estando nos planos estender-se até Maio de 2011.
       O conceito do espectáculo e o desenho do palco mudaram quando, no início de 2010, a digressão se transferiu da América para a Europa. A sua lógica é a de um musical, com uma estrutura narrativa (e, consequentemente, de alinhamento) mais rígida do que um concerto tradicional.
       No seu estado de ícone da cultura pop, Lady Gaga chegou a um palco português bastante mais cedo do que outros ícones em outros tempos. David Bowie, Michael Jackson e Prince demoraram muito mais. Madonna também. Beyoncé veio em bom momento, mas veio ao fim de uma década de percurso.

"I can't pay my rent"
       Com Lady Gaga, tudo está a acontecer mais depressa - em 2007 ainda nem existia discograficamente. Tão depressa anda ela que ainda há de reconhecer-se no verso "I can't pay my rent but I'm fuckin' gorgeous".
       É com estas palavras que termina o tema homónimo dos Semi Precious Weapons, o quarteto nova-iorquino que vem abrindo as datas europeias da Monster Ball Tour; fazem um indie rock (mais rock do que indie) glamoroso mas sujo na medida certa e são liderados pelo loiro e exuberante vocalista Justin Tranter.
       Em meados desta década, na mesma Nova Iorque, Lady Gaga aventurava-se pela primeira vez longe de casa e pelo labirinto da fama adentro. Não teria muito dinheiro, mas não deixaria de fazer todos os esforços para se sentir deslumbrante.
       Graças à já referida predefinição do espectáculo, os seus concertos são em tudo semelhantes, com as canções mais conhecidas colocadas no início ('Dance in the Dark', 'Just Dance', 'LoveGame') e no fim ('Alejandro', 'Poker Face', 'Paparazzi', encore com 'Bad Romance‘ e actualmente com ‘Born This Way’) do alinhamento. Dois temas ainda não disponíveis comercialmente têm integrado os espectáculos: 'Glitter and Grease' e 'You and I'.
       Ambos deverão fazer parte do álbum prometido para o ano que vem e que em princípio terá como título "Born This Way".

O lote certo de músicas
       De resto, já deu para perceber que sobrecarregar as lojas e os leitores de MP3 com música não faz parte dos planos de Lady Gaga. Apesar da sua proclamada produtividade como compositora, cada disco parece ser cuidadosamente tecido para conter o lote certo de músicas.
       É por isso que a "The Fame", a fresca e intrigante estreia em 2008, se seguiu há um ano "The Fame Monster", objecto híbrido de oito faixas que tanto pode ser encarado como um EP ou um mini-álbum autónomo, ou como o capítulo que o álbum inaugural gostava de achar que lhe faltava mas que só o correr do tempo poderia ou não confirmar.
       "The Fame Monster" é o som da maquinaria accionada por "The Fame" em plena laboração, criando uma cumplicidade entre o fulgurante-e-ambicioso-primeiro-álbum e o difícil-segundo-disco que raramente na história foi colocado de forma tão explícita.
       Na verdade, o formato e o timing de lançamento de "The Fame Monster" (um ano e pouco depois de "The Fame", quando se esperava um longa-duração 'a sério') trocaram as voltas aos próprios traumas do difícil-segundo-disco.
       Depois, bastou-lhe ser ainda mais ambicioso e conter um lote de músicas claramente superiores a "The Fame".

O grande ícone da cultura popular do século XXI
       Lady Gaga é, de longe, a figura mais significativa que a cultura popular viu aparecer no século XXI. Nasceu Stefani Joanne Angelina Germanotta e vem de uma desafogada família italo-americana de Nova Iorque. Teve uma educação católica e começou a mostrar queda para a arte dramática.
       Chegou precocemente à escola de artes e abandonou-a ainda mais precocemente para tentar a sorte no mundo da música. Uma primeira entrada na indústria, via Def Jam, foi breve e infrutífera.
       Os concertos com as suas primeiras bandas intercalavam-se com a dança em clubes de strip e espectáculos de burlesco. Inventou o seu nome artístico pedindo boleia a uma das melhores canções dos Queen ('Radio Ga Ga').
       Começou a dar nas vistas nos palcos e na composição para terceiros. Firmou parcerias decisivas e duradouras com o executivo Vincent Herbert e com o produtor RedOne.
       Veio do rock e criou a pulso todo o mundo artístico em que respira. Tem referências óbvias em David Bowie e em Madonna (outra descendente de italo-americanos que também foi à luta por um lugar no teatro pop a partir de Nova Iorque) e um feixe de alusões em que, à maneira pós-moderna, não é fácil distinguir a citação do saque.
       Num mundo em que o centro da tal cultura popular se pulverizou, em que praticamente cada ouvinte de música usa a sua própria playlist e onde não é mais expectável voltarem a existir estrelas consensuais do tamanho de Michael Jackson ou Prince, o que Lady Gaga está a conseguir é ainda mais notável.

Reacender o interesse pelos vídeos
       Ela conseguiu, por exemplo, reacender o interesse geral pelos vídeos como ambiciosas curtas-metragens artísticas e promocionais, a música muitas vezes entranhada na narrativa e não o contrário.
       A diferença é que, agora, esses vídeos são infinitamente mais vistos por milhões de utentes do YouTube do que por espectadores da MTV. A escala começou a aumentar a partir de 'Paparazzi', realizado por Jonas Akerlund, e manteve-se ampla em 'Telephone' (dueto com Beyoncé, de novo por Akerlund) e 'Alejandro', de Steven Klein. Pelo meio ainda houve o melhor deles todos, 'Bad Romance', a que Francis Lawrence aplicou uma luminosidade branca e perturbadora digna de Stanley Kubrick.
       Agora é ‘Born This Way’ que volta a estar nas bocas do mundo, tanto pela melodia e pelos sucessivos recordes que bateu como pelo estrondoso vídeo de Nick Knight em parceria com a Haus of Gaga, já considerado um dos melhores vídeos da história da música pop.
       Com Lady Gaga, a estreia mundial de um vídeo voltou a ser um acontecimento, normalmente o twitter vai a baixo e no primeiro dia de estreia, o vídeo costuma bater recordes já estabelecidos por Gaga com vídeos anteriores.
       O que dá a autora de 'Beautiful, Dirty, Rich' em troca aos seus seguidores? Dá-lhes uma projecção de um mundo próprio. Um mundo hedonista, sexualmente livre e emancipado e baralhado. Um mundo inclusivo, uma comunidade que celebra formas de expressão individuais.
       Lady Gaga, a mãe, chama monstros aos seus seguidores. São os monstros que a amparam ao longo da experiência "The Fame Monster": a experiência da fama como manifestação plástica intrínseca.

Comunidade Haus of Gaga
       E depois ainda há a outra comunidade, absolutamente crucial, chamada Haus of Gaga, o colectivo de criativos, promotores, estilistas, managers, maquilhadores, coreógrafos & etc. que faz da sua mentora bem mais do que um portento das canções. (As comparações com Andy Warhol e a Factory são frequentes e fazem algum sentido)
       Rodeada pela sua Haus, Lady Gaga alcançou o topo dos tops amalgamando estranheza, erotismo, ambiguidade e desconforto.
       A evolução da sua imagem de "The Fame" para "The Fame Monster" é ainda mais dramática do que o progresso musical: no primeiro disco há uma figura singela, fascinada pelo passado (o raio que lhe atravessa a face, qual David Bowie) e pela possibilidade de vir a ser uma estrela em mais sítios do que na sua própria cabeça; já nas espantosas fotos de Hedi Slimane para "The Fame Monster", o que se vê é um rosto (e um corpo) que se oculta mas que se tornou disponível a novos extremos.
       A música, essa, começou na intersecção do R&B com a pop e a electrónica dançável e daí para a frente foi ganhando fôlego, drama e detalhe, com o incremento do discosound e do tecno plástico, sintético e clínico de extracção europeia continental.

Lady Gaga - Uma diva e quase rainha da Pop em apenas 4 anos
       Em 'Dance in the Dark' e 'Alejandro', Lady Gaga é praticamente uma diva. Em paralelo corre, mais discreta, uma tendência rock, esta de sabor mais acentuadamente americano, mesmo que o pendor explosivo do rock FM e o ar coolnova-iorquino sejam abraçados por melodias e trejeitos vindos do glam. E não dá ignorar a forma como o reggae e os sons latinos entram em canções suas por um filtro pop nórdico - é reparar de novo em 'Alejandro' e em 'Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)', onde se ouve o eco dos Ace of Base.
       Este é o tempo de Lady Gaga. O tempo em que, à austeridade e aos sóbrios apelos à contenção, se mostra ser possível contrapor a extravagância e a imprevisibilidade para as massas. Quando a ideia de crise aperta, não há nada mais precioso do que alguém, algures, lembrar os mundos de possibilidades em aberto.   Lady Gaga é imperdível!
NOTÍCIA: LADY GAGA NEWS & JORNAL 'EXPRESSO'
FOTOGRAFIAS: NICK KNIGHT